terça-feira, 26 de agosto de 2008

Ele passa, e eu confio

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Buenas, gente!
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Mas noticias: minha maquina fotografica quebrou.. Portanto, acho que vai ficar dificil postar fotos por aqui durante os proximos tempos, a nao ser que eu encontre uma promocao muito boa.
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Meu voo de retorno ao Brasil, como ja foi divulgado pelos mais empolgados comentaristas do blog, esta marcado pro dia 17 de outubro. Porem, se meus planos de abrir a passagem derem certo, talvez eu passe mais uma ou duas semanas na Nova Zelandia, antes de chegar. Assim que eu souber noticias mais especificas a esta respeito, dou um toque.
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No fone de ouvido, ouco o Braz cantar "Na Ribeira deste Rio". Fecho os olhos, e me vem a memoria os dias de faxina, de beira de rio, papel e caneta no colo, uma fruta pra mordiscar. Lagrimas, lagrimas vazavam dos olhos. "Vou vendo e vou meditando, nao bem no rio que passa, mas so no que estou pensando". Me lembro de como foi dolorido estar longe em determinados momentos. Me lembro da sensacao, um medo estranho, que foi crescendo a medida que as novidades foram sendo substituidas pelas familiaridades. E a trilha sonora eram esses mesmos tons. Que coisa, como a musica parece mudar, quando a gente muda. Escuto essas cancoes, esses mesmos discos dum jeito completamente novo, toda vez que os ouco.
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Lembro da sensacao de vento no rosto e de sol, a bordo da bicicleta preta; dos parques descobertos, dos gramados, das curvas do rio, das pontes, das ruas, bairros, becos encontrados nas pedaladas. Da noite em que eu peguei no sono, num banco na beira do rio, e o policial me enxotou, o ceu ja querendo clarear. Das pedaladas de ida e volta do Press Club, do Ballymore Park em frente de casa, das violadas na sacada, no parque, na beira do rio, de dia, ou tarde da noite. Das cartas que chegaram, das que foram, dos amigos que vieram e partiram - de alguns poucos que ficaram, dentro do peito; dos lugares que eu cheguei, e que sai, mais tarde. A vida tem essa coisa de mudar, de ir e vir; essa virtude das ondas do mar, dos ventos, das dunas; essa beleza quase invisivel, que cala os adultos e desperta as criancas.
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Uma cena que permanece viva na minha memoria e a de uma tarde de chuva, na beira do rio. Fui de onibus ate o meu cantinho nas pedras a beira do rio, ja desconfiado de uma pancada de chuva que se aprontava no teto cinzento desde o meio-dia. Sentei no lugar de costume, e devagarzinho ela comecou a pingar, ate que tudo em volta ficou tomado pelo borrao do cair da chuva. O rio se encrespava todo por igual, salpicado de incontaveis gotas, enchendo as margens com a sinfonia umida do encontro das aguas. Segurando o guarda chuva com o braco e apoiando no pescoco, me bateu uma sensacao de consolo, de companhia, com aquela chuva toda. Inexplicavel.
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Sentado nas pedras empilhadas em forma de poltrona, acabei nao abrindo o caderno. Deixei que a chuva escrevesse seus proprios contos nas paginas em branco daquela tarde. Tanta coisa me passou pela cabeca naquelas horas, que pareciam eternas, imensuraveis. Hoje, olho pra tras e vejo como foram eternas. Como sao e serao infindaveis, as tardes na beira do rio.
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Viva o Som!
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"Ele e antes de todas as coisas, e Nele tudo subsiste."

3 comentários:

  1. essa beleza quase invisivel, que cala os adultos e desperta as criancas. ..

    cara... só nao me surpeendo pq sei op qnto vc é fera..

    e é bem isso...
    a vida vai e volta... mas tudo q passa pela memória e la coloca suas raízes, é eterno..

    ah.. valeu por comentar la no meu blog..

    bjos

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  2. so true.

    Ebaaaaaa.... ta chegando... caraca, da pra acreditar?

    P.s.: as tardes que passaremos no sofa, contando, recontando e compartilhando historias, tambem serao eternas!!

    Fica com Deus!

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  3. ta... já sabemos +- a data da volta...

    quero saber qdo vai ser o lançamento do livro!!!

    liebe dich...

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