segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Toda vez que o adulto fraqueja, ele vem pra me dar a mao


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No domingo a tarde, dei um pulo em Strathfield, no meu velho canto. Ninguem estava em casa a nao ser James, o meu antigo roommate. Saimos pra conversar, batendo papo sobre os planos de uma possivel viagem juntos, antes de ambos voltarmos cada um pra seu pais. Depois de muito papo, muita risada, decidimos subir pelo menos ate Sunshine Coast, e passar alguns dias por la. Tudo vai depender do orcamento, que anda meio curto dos dois lados.
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Batemos um rango num restaurante vietnamita, muito gostoso por sinal. Pude perceber de novo, ao caminhar pela praca em frente a estacao, essa coisa que o tempo faz com as memorias. Ha alguns meses atras, era apenas uma praca; arvores, bancos, pombas, fonte. Dessa vez, olhei-a diferente, com um certo carinho. Dos telefonemas que dei do orelhao da esquina pra casa, pros avos, pros amigos, ao emprego na cafeteria, que me permitia olha-la o tempo inteiro, das idas ao supermercado, ao correio, a estacao. Me lembrei dos varios onibus madrugueiros que me deixavam no ponto apos 10,11 horas de trampo. O tempo tem essa coisa, essa qualidade de enriquecer uma simples memoria e transforma-la em historia, lenda, vida.
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No apartamento, havia uma carta pra mim. Quando James me entregou, conheci no ato a letra do vo, que dizia "ao jovem Daniel Martini". Ao pega-la na mao, senti o cheiro da casa da vo e do vo. Lembrei das manhas acordadas cedo, das bananinhas fritas e cuecas-viradas no cafe, do empadao, do sanhaco que come banana todo dia, do famoso quintal aonde a gente aprontou tantas. Aquela casa de madeira que ja teve tantas cores, o jardim, cheio de flor, arvore, passarinho. A velha goiabeira, o flamboyant, aquela palmeira esquisita, que poe uma flor parecida com um abacaxi, catinguenta que nem o cao. As festas de natal, toda a galera junto, o caminhao de peixe do tio parado na frente, o Ale e a pipa, o Gil e a lingua estranha que ele inventou e que so nos sabiamos falar, as piadas que so a gente entendia.
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Tudo isso fica guardado dentro da gente, num lugar espetacular chamado memoria, que parece funcionar que nem vinho propriamente engarrafado, que quanto mais velho fica, mais valor a gente da.
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Viva o Som!
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"Ele e antes de todas as coisas, e Nele tudo subsiste."

4 comentários:

  1. ahhhhhhhhhhh!!! quero minha vóóóóó...


    tava lendo sobre o teu domingo, observando tuas lembranças, e algumas tbm me vieram a mente...

    é tão bom saber que vc está bem...
    pensando em vijar, apesar do $$ curto... comendo em restaurante...
    meses atrás comia pão seco na praça e dependia de achar uma calça (preta, né?) na rua pra trabalhar...

    incrivel como Deus nos abençoa, né??

    saudades mil...

    e mil abraços de urso...

    mãe

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  2. mira...
    lindo lindo.
    posso ser a editora do livro
    q vc vai escrever?
    heheh
    beijooooooo bem grande!

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  3. - Toda vez que o adulto fraqueja, ele vem pra me dar a mao....

    Que foto linda... É em Sydney?

    E aquela água estava gelada, não estava?

    Essa foto foi depois do almoço com o JAmes, foi?

    Ficasse bem, bonita bermuda..

    Também quero participar desse livro, rAffa.. Me faz uma cópia?

    Bjão pra todos, e um grande e demorado abraço...

    Contagem regressiva pra tua voltaaaaaaaaaaaaaaaa.

    - 1000+1000+1000+1000.

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  4. contagem regressiva?
    quando voltas?

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