Acordo no susto. Demora alguns segundos ate recobrar a consciencia de um sono particularmente bem dormido, e me dar conta de que o que me acordou foram os 3 toques de uma recem-chegada mensagem de celular. Estico o braco por cima da mesa e o alcanco, pra descobrir na caixa de entrada uma das boas. "Ja estamos aqui. Pode ligar. C,S,ML,P,P,I." Num salto, espanto do calor das cobertas, e dai, ja era. Ponho a roupa do dia anterior, uma catinga de fumaca de lareira desgramada, de ter passado quase 5 horas sentado na frente de uma no domingo a tarde.
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Saio de casa, sem cafe da manha nem nada, com cara de fronha, ja sentindo falta da cama quente. O ceu azul e o sol ja alto nao enganam ninguem: ooo, friozinho desgramado. O vento gelado endurece as orelhas, acho que ate do vento frio (e talvez especialmente dele) vou sentir falta. Me lembro das noites amenas em Brisbane, bem que podia ter uma ou outra por aqui. Sigo subindo a Elizabeth Street, em direcao a Central Station, pra cruza-la por baixo pelo tunel e sair, do outro lado, em frente ao cybercafe. Ao chegar na boca do tunel, um duo me alegra o dia. Um saxofonista e um baixista (com um contrabaixo acustico tamanho dum bonde) beliscam um tema famoso, um ar de 'bom dia' danado. Paro pra ver, os dois completamente alheios ao publico tocando uma jazzera...
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Por volta de 8 da manha, desco as escadas. O som do baixo engorda nas paredes do tunel. Este, empacotado de gente indo pro trabalho, pra escola, universidade, ou simplesmente mudando o ponto de esmola, embola o barulho dos passos num ruido constante, acompanhado pelo sobe-e-desce das cabecas da multidao. A luz do sol, esverdeada pelos velhos azulejos, eh invadida por feixes amarelados vindos das laterais, propagandas de iced coffee, energeticos, barras de cereais e outros levanta-defuntos. Do outro lado, o vento parece ainda mais forte, mais gelado. Me lembro do inverno curitibano, com certa saudade. Aqui, nao tem aqueles intrusos dias de verao escaldante no meio do inverno. Eh frio e acabou, ate que a primavera diga o contrario.
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A barriga ronca, me lembrando de um cafe da manha ainda por tomar. Logo ao lado do cybercafe, encontro aberto um Subway, porque nao?. Desco as escadas atracado no sanduba, 'exagerou na pimenta hein moca?', e sento no PC do canto, o que tem webcam. Os proximos momentos, aquelas costumeiras conversas com os meus, recheada de sensacoes ja familiares. Um sentimento estranho, de ver todo mundo por la, de imaginar como e que deve ser estar do outro lado, lembrar dos cheiros, dos truques, dos garfos, facas e copos que insistiam em mudar de lugar, da vida da casa, pontuada por um eventual prato quebrado, latido de cachorro, alguem sentado vendo filme, o ronco da Defender enchendo a sala-cozinha avisando a chegada do pai.
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O gente, come que ta ai? Aqui ta bom. Ta frio. Mas ta bom. Sabe, nao tem o toque de voces, nao o carro chegando, cachorro, ou chimarrao no final do dia. Mas tem um violao, tem alface americana, que aqui eles chamam de iceberg lettuce, bastante batata, ate farofa eu dei conta de achar..! Nao tem pai (teve, por uns dias), nem mae, nem iza.
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Mas que tem jeito de lar, tem.
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Viva o Som!
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"Ele e antes de todas as coisas, e Nele tudo subsiste."
não é por nada, não... mas tu escreve bem, hein??
ResponderExcluirsaudades mil...
beijosssssssssssss
e muitos, muuuuuuitos abraços
Lembranças...
ResponderExcluirImagino, sejam estas que permeiam os teus dias.. Ou nossos dias..
O grande segredo é que ficam armazenadas.. Estas que estás vivendo também serão de muiiiito valor..
Por isso, aí também é teu lar; AGORA..
Isso é pra ti, negão..
Mirando no encontro do céu e oceano
Essa linha que eu vejo daqui.....
Bjão e vão pra frente, né gente..
Tudo beleza Rebekka?
Bjão pta ti também!
Falaaaa meu queridoooo
ResponderExcluirSaudades imensa de você!
Beijo grandãoooooo Pringles!
Humm Pringles....
ahh olhe só: pegue a sua agenda.
Pegou?
Vai lá
Dia 30 de janeiro de 2009 (isso te lembra alguma coisa?) é a minha formatura! hahahha
anotou?
Já reservei o seu convite hahaha
Fala rapá!!
ResponderExcluirAguardamos a tua volta desde que se foi!
Aquele abraço!