quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

A Historia que Nunca Foi Contada.


Quero, atraves deste post, homenagear meu melhor amigo. E contar a historia a respeito da noite na qual nasceu a ideia de "se mandar" pro exterior.

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Nao me lembro bem que dia da semana que era. Sei que era janeiro ou fevereiro, por que o motivo pelo qual eu estava caminhando pelo Alto da XV as 9 da noite era porque a Raffa, grande amiga que faz aniversario no mesmo dia que eu, tinha me convidado pra comemorar o nosso aniversario num barzinho muito elegante por aquelas bandas.


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Eu estava a pe. Comigo, estava um dos mais fascinantes companheiros com quem eu tive a honra de dividir varias viagens e sonhos. Junto dele, parece que a minha euforia, que ja e extremamente natural e espontanea, parece ser instigada ainda mais, pela vontade de falar todas as coisas que vao pelo coracao. Os sonhos, os anseios, as historias, os caminhos. E era isto que eu estava fazendo, naquela noite. Estavamos proseando, falando sobre como seria bom fazer uma viagem pro exterior, fazer gingar os duros quadris e compassos dos europeus, sei la, qualquer coisa assim. Estavamos, depois de um breve tempo, conversando sobre a Nova Zelandia, que acreditavamos ser um pais bem mais facil de entrar e conseguir emprego, etc., alem de ser um pais extremamente lindo.


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Foi assim, desse jeito, que uma lampada se acendeu dentro de mim. Virei pra ele, de subito, como normalmente faco com o coitado, quase o matando de susto, e disse: "Vamo!" . Ele olhou pra mim, com aquela cara de sem-nocao que so ele tem, num misto de "voce ta falando serio?" com excitacao. Soltou uma gargalhada, consigo ouvi-la ainda, e topou, na hora. Na hora. Dai pra frente, foi so sonhos, planos, palpites, alegria incontida.


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Esse meu amigo, que esteve presente no que talvez tenha sido o auge da minha carreira musical, momento em que o Hermeto me chamou pra dar a canja que eu nunca dei, andou comigo ate em casa, seguindo a minha euforia de perto. Na verdade, caminhamos ate a PUC, e dali chamamos um taxi, porque as pernas estavam berrando por misericordia.


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Infelizmente, ele acabou nao vindo. Mas todas as vezes que pego o violao, ou que penso em tocar na rua pra ganhar uns trocos, me acovardo pela sua ausencia, mas me encorajo com a sua lembranca. O som da viola parece pobre e desajeitado, sem o repinique do seu tamborim.

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Quem e o cara? E o Borracha, claro. Grande Luis. Vamo joga um 21 Luis? De mano? Eu e tu. Vai correr?
E um pega-vareta, quem sabe? Tu sempre perde, tu e ruim demais...
Talvez mais uma excursao pra Minas, acampar em cima da caixa d'agua, comer um pao com manteiga, passar 14 horas num onibus...
Ou tocar no dia do resultado de Federal, de novo, dessa vez sem esperar o resultado, pelamorde Deus...
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Bora dormir la em casa Luis. Hoje, claro! Bora meu filho, amanha tu cuida disso.
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Ensaio? Ensaio e para os fracos. Bora fazer.
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Nao sei se e so uma vontade muito forte, mas sinto que ainda temos alguns quilometros de chao juntos. E vai ser uma honra, de novo. Sempre. Te amo, seu puto.
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Bora, Luis. Bora.
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Viva o Som!
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"Ele e antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste."


5 comentários:

  1. dae dani fique na paz ei que aventuras

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  2. amigos, amigos...
    impossível viver sem eles...

    bjão

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  3. A história que nunca foi contada... Quer melhor classificação que essa?! Olhando esse post, não tive dúvida em colocar pra tocar Desenredo, com Renato Braz, e, inevitavelmente, me acabei de chorar aqui, sozinho, as 3 da manhã. Coloquei no "repeat" enquanto escrevia essas palavaras... O começo da música que tem uma parte de trenzinho caipira é de matar...Sei lá se alguém já teve a oportunidade de se identificar de corpo e alma com essa música. Mas por essa sensação eu tive o privilégio de passar. "Ê minas, é hora de patir..." Título de seu primeiro post no blog. Nada mais apropriado para o momento.

    Esse "histórico dia", afinal, era o dia de seu aniversário! Eu lembro muito bem. O nome do barzinho era Menina dos Olhos. Lembro o momento exato em que você disse mais ou menos assim : "tô afim de viajar, no fim do ano, pra Nova Zelândia. Vamo!?" O resto da historia voces já sabem. Eu, como de costume, não cosegui dizer não a essa figura gigante de 1,90m de altura, com a mão maior que um remo, e com um coração maior ainda dentro do peito. "Claro! Bora!"
    Nunca acreditei tanto que pudesse viajar pro exterior.
    Passsamos boa parte do ano de 2007 planejando e sonhando: rodas de samba na rua, suingues inesquecíveis nos bares da cidade, grandes amigos que seriam feitos, e uma amizade que, mais do que nunca, seria consolidada por toda a eternidade de nossas curtas, mas intensas, vidas.

    E bota intensidade no dia em que o prórpio mestre Hermeto Pascoal disse de cima do palco: " Cadê o menino do pandeiro!?" Ele, lá de cima do Guairinha, fez uma aceno tão doloroso e arrependido de um "não", que ao invés de raiva, eu senti qualquer outra coisa que não sei explicar agora.

    Talvez Deus tenha algum plano maior pra minha, ou pra nossas vidas, e não permitiu que eu embarcasse nessa aventura junto com voce, meu irmão. Mas outras virão, e com certeza serão tão intensas quanto essa que você está vivendo agora.

    Nunca ganhei desse corno no pega vareta. Não mesmo. Ficava bravo, as vezes. No 21, até ganhei algumas vezes. Mas um dia, quando a gente já se conhecia melhor, era praticamente impossível pegar o cabra na mentira. Iza e Patrick que o digam. O que essa galera me "zoou" não foi brincadeira! rsrs

    A maioria das vezes em que dormia lá na sua casa, foi de susto: "Luis, dorme aqui hoje!" E eu falava: "Não. não posso. tenho mas coisas amanhã pra resolver."
    Mas como sempre, o rapaz não se intimidava: " Aah, que isso, amanhã a gente acorda cedo e resolve isso..." Claro, aceitava.

    Muitas viagens de 15 horas pra Minas ainda virão, e os trotes vão virar "mato"!

    O que você sente eu também sinto. Sei que ainda temos muito chão pela frente. E não só isso, temos toda a vida pela frente.

    Eita, difícil eu me abrir assim hein! Só vc mesmo...

    " A saudade mata a gente"

    Tenho orgulho em falar aqui, que com você aprendi muito a viver, e não apenas existir.

    Um grande beijo do teu irmão, meu quirido! Desenredo!

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  4. não consigo parar de ler seu post seu puto!
    vai escrever assim na australia.

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  5. Grande Dani.

    Vim finalmente dar o meu alô. Estou com saudades, guri.

    Musicando muito por aí? Vi que você comprou um didgeridoo, achei muito da hora, hehe.

    Até quando você fica por essas bandas?

    Abraço,
    Hamasaki

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