Era um desses dias, em que nada muito especial acontece. Estávamos todos embotinados dentro dum carro, a caminho do aeroporto. Iríamos pegar o Patrick (cunha), que vinha de Porto Alegre de um concurso.
A noite estava clara, nem neblina nem nuvens impediam o céu inteiro de olhar pra baixo. A não ser as luzes somadas da cidade, que do alto faziam tudo parecer amarelado, e do chão apagava a maioria das estrela; só não dava jeito na lua. Esta, quase cheia, se erguia em um dos cantos do céu.
Não aconteceu nada em especial, nada de novo. Mas ao sairmos do carro, o vento gelado quebrou aquela camada de calor que cobria o rosto, o ar limpo revelou cristalino tudo que a sujeira nas janelas do carro e a visão limitada do banco de trás omitia. E à direita, dois grandes aviões taxeavam, certamente carregados de gente que ia e vinha.
Talvez tenha sido a lua, ou o vento frio. Mas me deu uma vontade imensa de continuar.
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Às vezes a gente perde o ritmo, perde o celular, perde a vontade. às vezes a nossa rotina nos rouba a paixão pela coisa toda, e apenas continuamos existindo. Comemos, dormimos, dirigimos, comemos de novo. Mas não o fazemos por nada, a não ser por hábito.
Ando me pegando um pouco demais nesta perigosa repetição. E a gente vai gastanto os nossos minutos com uma displicência suicida. Vamos empurrando nossa luta com uma barriga preguiçosa, sonolenta e mórbida. E a vida vai sem que ninguém perceba.
Eu digo que há mais na vida do que essa morbidez, que este estágio embrionário de um ser que não vai nascer nunca. Há mais pra ser descoberto por trás de todo esse esquema delicadamente construído pra nos fazer buscar o maldito conforto. Neste exato momento, estou encerrando o texto- talvez um pouco mais cedo do que eu gostaria- pra ir tomar um sol e ler um pouco. Acabo de abrir a janela e escutar todo um mundo ali fora que quase me passou despercebido. Até a próxima.
"Ele é antes de todas as coisas, e Nele tudo subsiste."
Que saudades de te ouvir guri! Fico feliz por te sentir vivo, como sempre, como nunca... Abraço!
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ResponderExcluirdid you say it?
ResponderExcluiri love you
tomorrow everything might be gone
i try to realize that every minute
"Há mais pra ser descoberto por trás de todo esse esquema delicadamente construído pra nos fazer buscar o maldito conforto."
ResponderExcluirrelaciono com isso...
"Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que sou eu; pelo contrário, participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus"
"Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós."
Show martini, sempre percepções com muita sensibilidade.
Abraço!
nada? nao vai escrever mais?
ResponderExcluirestamos no aguardo! bjim
Nossa, que massa. Você não me conhece, eu tava no Refinados nesse feriado, e nem sei mais como, acabei chegando em seu blog. É bom quando a gente sente que tá vivo, que mesmo que acreditemos estar apenas vivendo, sempre tem mais, algo maior por trás de tudo. E eu voltei a ter essa percepção no Refinados.
ResponderExcluirSei lá, passarei aqui sempre. Gostei da tua forma de escrever.
Beijos, fica com Deus.
Então, muito obrigada pela sugestão e música. Eu amei Leeland. Os caras são muito bons, e realmente, as letras dizem muita coisa que a gente devia refletir todo dia não é!
ResponderExcluirFique bem. Beijos, fica com Deus.
;*
Quanto silêncio.... Por favor, roube um pouco do seu tempo para nos fazer vislumbrar outros caminhos... Um abração !!
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